Aliado na Educação

 

 O Computador é Aliado na Educação

Não resta a menor dúvida que o computador passou a ser um grande aliado na educação uma vez que, por exemplo, com apenas um clicar de comandos temos acesso a um universo valioso de informações, de todos os tipos e tempos. Sendo assim, nada mais natural que professores e alunos utilizem a internet como uma ferramenta preciosa, tanto para o ensino como para a aprendizagem. Todavia, será que a compreensão da leitura em textos da internet, mais precisamente de um hipertexto, é igual à de um texto tradicional? E em termos cognitivos, será que a demanda é a mesma?

Na tentativa de responder a essas perguntas, pesquisadores, cada vez mais, tentam analisar possíveis diferenças que possam existir entre a leitura feita em diferentes modos de apresentação, ou seja, aquela feita em papel, nos chamados textos tradicionais, e aquelas que ocorrem no computador, especificamente falando, nos hipertextos. 

Tornou-se crucial investigar se o desempenho dos alunos estaria relacionado ao seu próprio conhecimento ou se a forma de apresentação do texto poderia interferir nos resultados obtidos 

Uma das principais diferenças entre um hipertexto e um texto tradicional é que, enquanto o primeiro já nasce idealizado e estruturado para uma leitura não seqüencial, ou seja, não linear, o segundo é elaborado visando, na maioria das vezes, a uma leitura linear. Sendo assim, é o próprio leitor quem escolherá a ordem da leitura. A outra substancial diferença entre esses dois modos de apresentação textual é que, o hipertexto, diferente do texto tradicional (ou linear), apresenta dentro de seu corpo (ou nós) certas palavras que, ao serem clicadas com o mouse, remetem o leitor a outros textos, formando assim uma rede de informações. Logicamente, o leitor deverá ligar essa rede de informações de forma coerente para que seu conteúdo faça sentido. Caso isso não ocorra, a compreensão do texto ficará comprometida. 

Para que o leitor ?navegue? nos diferentes ?nós? de informações de forma que haja coerência na leitura, ele deve conectar as informações previamente lidas com aquelas que estão sendo processadas no momento. Para tal, ele usa sua memória de trabalho. Memória de trabalho é aquela utilizada para o processamento imediato ou ?on line?; por exemplo, quando há a necessidade de memorizar um número de telefone enquanto procuramos uma caneta para registrar a informação no papel essa memória entra em cena. Entre as principais características da memória de trabalho temos que ela é extremamente limitada em sua capacidade de retenção, é fugaz, e varia substancialmente de individuo para indivíduo. 

Levando-se em consideração tudo o que foi dito até agora, pesquisadores começaram a questionar se a compreensão de um texto apresentado no formato de hipertexto seria igual à de um texto apresentado de forma tradicional. Essa tentativa de entender e explicar possíveis diferenças tornou-se ainda mais importante levando-se em consideração, por exemplo, que atualmente alguns exames exigidos pelo CNPq e Capes para bolsistas estudarem em universidades estrangeiras, como é o caso do IELTS e TOEFEL, já estão sendo feitos em formato de hipertexto. Os hipertextos também estão, cada vez mais, sendo empregados em ensino a distância. Portanto, tornou-se crucial investigar se o desempenho dos alunos/candidatos estaria relacionado apenas ao seu conhecimento ou se a forma de apresentação do texto poderia interferir, de alguma maneira, nos resultados obtidos.

Pesquisas comparando essas duas formas de leitura e conduzidas em diversos países não foram, até o presente momento, unânimes em suas conclusões. Ou seja, enquanto alguns experimentos apontam para o fato de haver diferença na compreensão da leitura de textos tradicionais x hipertextos, outras sinalizam para o fato da mesma ser semelhante, independente do formato de apresentação do texto.