Comparações

 

Comparações

Em pesquisa recente (Fontanini, 2007) conduzida no Brasil e na Inglaterra, com 42 participantes (22 brasileiros e 22 Chineses), onde também foi levada em consideração a capacidade de memória dos participantes, os resultados obtidos demonstraram haver uma diferença substancial entre a compreensão da leitura de um hipertexto comparada com a de um texto tradicional, principalmente nos leitores com baixa amplitude de memória. Em outras palavras, a compreensão da leitura nos textos tradicionais foi superior àquela apresentada em hipertextos. É importante ressaltar que todos os participantes eram alunos de pós-graduação, em diferentes áreas e que a maioria apresentou uma baixa amplitude de memória de trabalho. Portanto, esse resultado vem corroborar a hipótese de que pode haver diferença na compreensão da leitura entre hipertextos e textos tradicionais, já que o hipertexto, como foi dito anteriormente, pela sua própria natureza exerce um sobrecarga na memória de trabalho, se comparado a um texto tradicional. Esse aspecto fica ainda mais expressivo em se tratando de textos em língua estrangeira.

Conseqüentemente, pode-se dizer que o uso do hipertexto como material pedagógico deve ser cuidadosamente planejado e elaborado. Uma boa elaboração consiste em deixar claro, para o leitor, quais os melhores caminhos a serem percorridos e quais as melhores conexões a serem efetuadas. Quanto mais atalhos e mais estímulos existirem no hipertexto mais complexa será a sua compreensão pois, como em qualquer forma de navegação, a navegação em um hipertexto exige o desenvolvimento de um mapa mental com as informações nele contidas. Esse processo está diretamente ligado à demanda cognitiva e esta por sua vez está diretamente ligada ao nível do entendimento atingido.